Eu sou uma pessoa desastrada por natureza. Posso dizer que sempre tem alguma parte do meu corpo roxa (tenho um imã que liga minha perna à quinas de mesa, por exemplo). Como sou branquinha (leia-se semi-transparente) a coisa fica bem feia, mas com o tempo e Hirudoid passa.
Outro dom é o de me cortar com folha de papel. Trabalho com revistas e sempre tem alguma pela minha mesa. Ou seja: já estou acostumada mas, ainda assim dói pra caramba.
Desastrada que sou, resolvi ir lavar louças no sábado, enquanto o maridão tomava banho. Lavar louça com uma pia pequenininha é uma arte e, se vocês tem pia pequena em casa, devem saber do que eu estou falando. O primeiro passo é sempre tirar tudo de dentro da pia, para conseguir enxaguar a louça direitinho, né?
Fui lavando tudo que tinha e deixando as taças de cerveja por último. Sim…taças lindas e novinhas da Bohemia que ganhamos da Cunha Thá. Elas são de cristal e bem delicadas, o que diz que havia uma grande chance de algo dar errado. E deu.
Foi tudo tão rápido, mas parece que demorou 15 minutos. Segurei a taça firme com uma mão, dobrei a esponja no meio, coloquei na boca da taça e girei, como eu sempre faço. Quase no primeiro toque da esponja na taça ela se desfez na minha mão. O problema é que meu dedo foi automaticamente atraído para o caco de vidro mais próximo.
Ou seja: hospital, fila e um ponto falso na mão. Também ganhei um vale “Lave a louça para Ela” da minha sogra (falando com o maridão no telefone), mas o maridão nem precisou lavar.
O dedo tá aqui, inteiro, mas ainda dói. Os pontos já cairam e eu, “de minha parte”, não chego tão perto assim da taça da Bohemia de novo.
Sobrou pra você, Maridão!